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Dicionário histórico-social do Oeste catarinense

José Carlos Radin: jose.radin@uffs.edu.br

Gentil Corazza


Resumo: Este Dicionário histórico-social contém pequenos ensaios sobre temas relevantes do Oeste de Santa Catarina. Entre tais temas, destacam-se a história, a sociedade, a economia, a política e a cultura, além de outros assuntos relacionados a estes grandes temas. A escolha temática não foi aleatória, mas feita a partir de estudos anteriores, que ressaltam sua importância para compreender a região em análise. Também não são temas isolados uns dos outros, mas estreitamente relacionados e, algumas vezes, até parcialmente repetidos e superpostos uns aos outros. Preferiu-se incorrer nesse tipo de problema a deixar de abordar tais aspectos, que se mostram essenciais para a compreensão de cada tema. Julgou-se preferível, portanto, a superposição de temas e de análises a deixar lacunas entre eles, pois isso certamente limitaria a abrangência e a qualidade do trabalho. Do ponto de vista temporal, abordam-se questões históricas que envolveram personagens e questões relevantes desta região durante um longo período, que vai principalmente do final do século XIX até a atualidade. Os verbetes foram produzidos a partir de trabalhos existentes, bem como de outras fontes. Em futuras ampliações e atualizações deste Dicionário, pretende-se que eles sejam ilustrados, em especial com fotografias.
 


 

Imagens de uma paisagem em transformação: exploração madeireira em Pinhalzinho-SC entre as décadas de 1940 A 1970

 Andressa Krieser Bauermann: andressakrieserbauermann@gmail.com

 Marlon Brandt: marlon.brandt@uffs.edu.br


Resumo: O município de Pinhalzinho-SC foi colonizado por migrantes gaúchos principalmente de origem alemã, desde a década de 1930. É também, a partir desse período, que a região passou a receber a atuação de empresas madeireiras. Estas converteram espaços antes dominados pela floresta em terras destinadas à exploração agrícola e a produção de suínos, e posteriormente a atividades do setor comercial e industrial. Nesta perspectiva, o artigo objetiva analisar as transformações da paisagem no município de Pinhalzinho através da exploração madeireira entre os anos de 1940 a 1970 por meio de fotografias, abordando assim, a paisagem como um documento. Para tanto, num primeiro momento, por meio de um breve aporte teórico, abordamos o conceito de paisagem. Num segundo momento, discutimos a exploração madeireira e transformação da paisagem em Pinhalzinho, no recorte temporal proposto, como uma construção da ideologia do progresso. Para finalizar, apresentamos as considerações finais.

Palavras-chave: Paisagem. Pinhalzinho. História ambiental. Empresas madeireiras.


 

Belíssima e de clima mais saudável do Estado - A região Oeste catarinense, sua ocupação e as transformações ambientais

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br

Michely Ribeiro: michelycribeiro@gmail.com


Resumo: En el transcurso del proceso de colonización de la región Oeste de Santa Catarina situada en el sur de Brasil, iniciado en la primera mitad del siglo XX, la transformación en el paisaje fue acelerada por la acción antrópica. La deforestación fue intensificada por la instalación de madereras y aserraderos debido a la importancia económica de la venta de madera para el período. Además, las otras actividades económicas que surgieron en la región a partir de la segunda mitad del mismo siglo, como la agricultura y el monocultivo de árboles exóticos, contribuyeron a que la alteración ambiental fuera intensificada. El objetivo general de esta investigación consiste en investigar el proceso histórico de la transformación ambiental en el Oeste de Santa Catarina, en las décadas de 1960 y 1970, partiendo del análisis del modo de colonización de la región y de la actuación del Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) en el local. También buscamos identificar a lós diferentes grupos sociales que ocupaban la región y las actividades económicas desempeñadas por ellos para auxiliar en la comprensión del proceso de deforestación.

Palavras-chave: Transformção ambiental. Desmatamento. Historia Ambiental.


 

Entre Fênix e Ceres: A grande aceleração e a fronteira agrícola no Cerrado

Claiton Márcio da Silva: claiton@uffs.edu.br


Resumo: Este artigo tem por objetivo discutir a história do avanço da fronteira agrícola em direção aos campos cerrados e seu papel na intensificação da ação humana relativa aos processos de governança dos ciclos biogeoquímicos — a Grande Aceleração. Mais especificamente, este trabalho discute como a pesquisa em fertilidade dos solos, o incentivo à migração sulista e a intensificação da monocultura ocuparam papel central na ruptura com os processos tradicionais de ocupação de campos e savanas na região central do Brasil. Por fim, observa-se como tais elementos serviram como instrumento para a consolidação de programas de desenvolvimento não limitado aos cerrados, mas também como modelos para a expansão agrícola em áreas de savana nos continentes americano e africano.

Palavras-chave: Grande Aceleração, cerrados, fronteira agrícola.


 

Um vasto celeiro?: representações da natureza no processo de colonização do oeste catarinense (1916-1950)

José Carlos Radin: jose.radin@uffs.edu.br

Claiton Márcio da Silva: claiton@uffs.edu.br


Resumo: Após o final da Guerra do Contestado (1912-1916), definiram-se os limites territoriais entre os estados do Paraná e de Santa Catarina. No território que passou a pertencer ao domínio catarinense, empresas colonizadoras começaram a comercializar as terras, em lotes destinados à agricultura de âmbito familiar, em especial a descendentes de europeus que viviam nas colônias sul-rio-grandenses. Com isso, modificou-se radicalmente o ambiente, seja pelo extrativismo da madeira, seja pela expansão da agricultura. Tais práticas eram almejadas e estimuladas pelas autoridades estaduais, que entendiam ser esta a melhor forma para incorporar efetivamente as terras ao estado de Santa Catarina. O artigo evidencia como a natureza e o ambiente foram representados nesse contexto. Resulta de revisão bibliográfica, da análise de documentos produzidos pelo governo catarinense, de matérias de jornais, de propagandas de empresas colonizadoras e, em particular, da obra de Othon D’Eça, intitulada “Aos espanhóis confinantes”.

Palavras-chave: Oeste catarinense. Colonização. Ambiente


 

Das pequenas produções à agroindústria: suinocultura e transformações na paisagem rural em Chapecó, SC

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br

Marlon Brandt: marlon.brandt@uffs.edu.br


Resumo: O município de Chapecó, localizado no oeste do estado de Santa Catarina, passou por diversos momentos de transformações ambientais desde a sua criação, em 1917. Mesmo antes desse período, já havia grupos humanos habitando o local e interagindo com o mundo natural. No entanto, partir do século XX, a região Oeste de Santa Catarina passou a receber migrantes de descendência europeia oriundos de outras colônias, principalmente, do Rio Grande do Sul, em busca de terras para lavoura. O governo do Estado concedeu terras devolutas a algumas companhias colonizadoras, as quais ficaram encarregadas por dividir essas terras em lotes que seriam vendidos aos colonos. Este estudo visa analisar os desdobramentos em torno da criação dos suínos, a partir da segunda metade do século XX, ligada à expansão da agroindústria e às transformações ambientais na região Oeste de Santa Catarina. Mesmo com a longa datação de ação antrópica na região, é inegável que nos últimos cinquenta anos do século XX, as transformações ambientais tornaram-se mais intensas. 

Palavras-chave: Suinocultura. Chapecó. História Ambiental.


 

A face infértil do Brasil: ciência, recursos hídricos e o debate sobre (in)fertilidade dos solos do cerrado brasileiro, 1892-1942

Claiton Márcio da Silva: claiton@uffs.edu.br


Resumo: Aborda a relação entre ciência e cerrado no período entre a publicação do livro de Eugenius Warming (1892) e artigo de Rawitscher, Ferri e Rachid (1943), botânicos da Universidade de São Paulo. Warming afirmou que a escassez de recursos hídricos influenciou na formação da vegetação característica e na baixa fertilidade dos solos. Arrojado Lisboa, Alberto Sampaio, Philipe Vasconcelos e Barbosa de Oliveira propuseram projetos diversificados sobre o aproveitamento econômico do cerrado. Já o artigo de 1943 apontou para a riqueza dos recursos hídricos na região, influenciando o aumento de experimentos agrícolas. Este texto enfatiza principalmente o levantamento da diversidade da vegetação dos cerrados e os debates sobre a (in)fertilidade dos solos para cultivo em larga escala.

Palavras-chave: história ambiental; cerrado; agricultura.


 

Cultivando solos áridos na Líbia e no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial: a dupla guerra entre experiências coloniais e neocoloniais.

Claiton Márcio da Silva: claiton@uffs.edu.br

Roberta Biasillo: Roberta.Biasillo@eui.eu


Resumo: Este artigo compara dois esquemas de transformação agrária ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial na Líbia e no nordeste do Brasil, empreendidos pelo regime fascista italiano e por funcionários privados e governamentais dos EUA, respectivamente. Apesar de desenvolverem trajetórias históricas diferentes, esses esforços semelhantes visam converter áreas desérticas e semiáridas em campos produtivos entrelaçados com serviços militares e refletiram apropriações coloniais e pós-coloniais no Sul Global. O artigo demonstra como tanto a Líbia quanto o Brasil representaram ambientes militarizados e espaços contestados muito além do período da Segunda Guerra Mundial e como os projetos de expansão colonial que precederam e resultaram da Segunda Guerra combinaram campanhas militares e domínio sobre a natureza. Nossa análise baseia-se em fontes primárias italianas e norte-americanas e publicações acadêmicas em história ambiental.

Palavras-chave: Transformação agrícola, Colonialismo, Líbia, Brasil, Segunda Guerra Mundial


 

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