Artigos

Bipolitics and the Anthropocene Era: Ideas of nature in Henry David Thoreau's Walden.

Claiton Marcio da Silva: claiton@uffs.edu.br

Leandro Moreira da Cruz: leandro.cruz@estudante.uffs.edu.br 


ABSTRACT: This article discusses Thoreau’s Walden; or, Life in the Wood (1854) as an interpretative key to rethink contemporary relations between humans and nonhumans in ecological systems. While Thoreau’s Civil Disobedience came to be seen as his main political work sensu stricto, Walden’s socio-environmental criticisms has commonly been regarded as outside the scope of his political commitment. As this essay demonstrates, Thoreau’s social critique focused not solely on human life, but it widely encompassed the relevance of nonhuman beings, such as plants and animals or the pond’s ecosystem as a whole. Yet, how can such a critical discussion be adopted in order to reflect on the relations between humans and nonhumans in the current Anthropocene era? Informed by the critical tools of the environmental humanities and ecocriticism, we seek to expand Foucault’s concept of biopower to nonhuman beings through a critical reading of Thoreau’s Walden, what we consider as a cutting-edge attempt to present a less anthropocentric idea of ecological systems.

Keywords: Thoreau. Walden. Biopolitics. Biopower. Antropocene.


 

Meio ambiente e sociedade: as transformações na paisagem do Oeste Catarinense, na segunda metade do século XX

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br


Resumo: O Oeste de Santa Catarina passou por diversas transformações ambientais, em sua maioria provocados pela antropização da paisagem. O desmatamento foi intensificado na primeira metade do século XX, após o processo de ocupação da região e em função das atividades madeireiras. Com o desmatamento houve uma redução do volume madeirável, possibilitando a intensificação de outras atividades econômicas, como agropecuária e monocultura de árvores exóticas. Estas atividades, alteraram significativamente os grupos sociais que viviam na região. O objetivo deste artigo é analisar o processo histórico da transformação ambiental no Oeste catarinense, após o processo de ocupação da região. Para atingir os objetivos propostos utilizaremos como fontes: relatórios de governo, censos demográficos, relatórios das companhias colonizadoras, os periódicos regionais e estaduais e a legislação federal. Na década de 1960 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e promulgado o Código Florestal em 1965, que atuaram de forma intensa na região. Somente com a promulgação da Constituição Federal de 1988 é que a Mata Atlântica passa a ser considerada patrimônio nacional, havendo, de certa maneira, maior controle nas ações sobre o meio ambiente.

Palavras-chave: Desmatamento, História Ambiental, Oeste de Santa Catarina


 

Na fronteira do Cerrado: as transformações ambientais no norte de Goiás

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br


Resumo: O povoamento do norte do Estado de Goiás foi intensificado devido a descoberta de ouro na região. Após longa fase populacional estacionária, a construção da rodovia BR – 153, em 1958, trouxe forte impacto para região norte do estado, como o aumento populacional e intensificação das atividades agropecuárias. O presente artigo faz parte do projeto de pesquisa A transformação da paisagem no norte de Goiás: desafios contemporâneos e pretende analisar o processo de transformação da paisagem do norte de Goiás, na segunda metade do século XX. A pesquisa se justifica pelo fato de que no norte de Goiás as fitofisionomias naturais foram e estão passíveis a modificações devido a presença de espécies exóticas, introduzidas como forrageiras para alimentação bovina e/ou como gêneros agricultáveis. Estas transformações ambientais acarretaram danos irreversíveis ao Bioma da região, o Cerrado, caracterizado pela constante ameaça à sua biodiversidade.

Palavras-chave: História Ambiental, Cerrado e Transformação da Paisagem


 

O (re)florestamento e os incentivos para introdução da monocultura de Pinus spp no planalto de Santa Catarina, Brasil

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br


Resumo: O Estado de Santa Catarina apresentou um histórico de intensa devastação ao longo do século XX. Mesmo durante o processo de desmatamento que ocorreu no Estado, entre as décadas de 1920 e 1970, já era previsto que o mesmo poderia se tornar algo imensurável e acarretaria perdas irrecuperáveis ao meio ambiente. Por este fato, o governo federal, juntamente com o governo estadual, criou decretos e outras legislações que asseguravam o reflorestamento no Estado, para manutenção da flora. No entanto, durante várias décadas, as principais preocupações por parte do governo do Estado de Santa Catarina, com relação à floresta, se limitavam a questões em prol da continuidade da ascensão econômica gerada pelo setor madeireiro. Neste momento crescia o reflorestamento com espécies exóticas como Pinus ssp e o Eucalyptus, que ameaçam o ecossistema. O plantio de espécies exóticas não era restrito e nem discriminado no Código Florestal de 1965, e os interessados no plantio podiam até receber incentivos fiscais para seu plantio. O objetivo deste artigo é analisar a legislação brasileira no que tange ao reflorestamento e os incentivos a introdução de espécies madeiráveis exóticas, no planalto catarinense durante o século XX.

Palavras-chave: História Ambiental, Pinus spp, Reflorestamento, Santa Catarina, Brasil.


 

Manutenção versus Conservação: a criação do Parque Florestal em Chapecó

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br

Michely Ribeiro: michelycribeiro@gmail.com


Resumo: A partir do século XX, a região oeste do estado de Santa Catarina vivenciou um período de maior interferência humana na configuração do meio ambiente. O presente estudo tem como objetivo analisar os processos de transformações ambientais que levaram à criação do Parque Florestal João Goulart, na década de 1960, em Chapecó. Partindo da abordagem proposta pela História Ambiental, utilizase como fontes periódicos regionais e outros documentos relativos ao processo de criação do Parque Florestal. Na região, o setor madeireiro teve grande destaque econômico desde o início da colonização, porém o crescimento do desmatamento ocorreu paralelo às grandes acelerações. Além disso, outro fator responsável por intensificar o desmatamento foi a abertura de novas áreas para os cultivos agrícolas e a criação de animais. A preocupação levantada pelos desmatamentos levou à implementação de medidas institucionais, como a criação de Parques Florestais no Brasil. Entretanto, a atuação dos parques esteve ligada principalmente à manutenção de atividades econômicas em detrimento a conservação.

Palavras-chave: Espaço urbano. Formação histórico-geográfica. Desigualdades socioespaciais. Áreas residenciais. Condições de vida.


 

“Árvore é quase bicho, e bicho é quase gente”: os caboclos da América Subtropical e um Buen Vivir alternativo

Claiton Marcio da Silva: claiton@uffs.edu.br

 Delmir José Valentini: valentini@uffs.edu.br

 Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br


Resumo: Este artigo tem por objetivo explorar uma possível aproximação entre o conceito de Buen Vivir e o modo de vida dos caboclos sul-brasileiros. Discutimos, então, como o conceito de Buen Vivir, da forma como foi concebido por intelectuais e movimentos sociais notadamente andinos, de forma mais generalista, poderia ser aplicado aos demais grupos sociais latinoamericanos muitas vezes classificados simplesmente a partir do termo populações tradicionais. Em uma análise de movimentos intelectuais como o Buen Vivir e o pós-desenvolvimentismo latinoamericano, os estudos subalternos sul-asiáticos e a abordagem sócio-antropológica brasileira dos oprimidos, é possível encontrar confluências em torno de preocupações de pesquisa e ação sobre/para populações historicamente marginalizadas, como povos indígenas, sertanejos, pescadores artesanais ou caboclos. No entanto, existem diferenças entre a condição destes grupos que, a nosso ver, não possibilitam uma simples aplicação de conceitos como Buen Vivir aos caboclos em função, principalmente, de uma intensa política de marginalização ou integração nacional que não lhes permitiu – diferente de alguns grupos quilombolas ou povos indígenas - o reconhecimento do território. Muitos dos caboclos no Oeste de Santa Catarina, não possuem acesso às terras, o que não lhes permite uma reprodução/reinvenção social de seu modo de vida, assim como não tiveram possibilidades de manutenção de sua maneira de se relacionar com o meio ambiente; diferente do que ocorreu no estado do Paraná, onde ainda existem terras comunais destinadas a estes grupos, chamados de faxinais. Por fim, questionamos uma possível “universalidade da diferença” que conceitos como Buen Vivir podem trazer em uma aplicação generalista, embora possamos considerar que uma ética do “bem viver alternativo” possa ser encontrada entre grupos caboclos, que tiveram maneiras próprias de se relacionar com o meio natura e, atualmente, mesmo integrados à sociedade urbana e nacional. A metodologia utilizada para este artigo foi a pesquisa bibliográfica relacionada à questão teórica e histórica dos caboclos, assim como o uso de fontes primárias, que agrupam livros clássicos e material de imprensa, além de uma etnografia sobre a atualidade destes grupos.

Palavras-Chave: Caboclos; Buen Vivir; Oeste Catarinense (Brasil); Meio Ambiente.


 

Imagens de uma paisagem em transformação: exploração madeireira em Pinhalzinho-SC entre as décadas de 1940 A 1970

 Andressa Krieser Bauermann: andressakrieserbauermann@gmail.com

 Marlon Brandt: marlon.brandt@uffs.edu.br


Resumo: O município de Pinhalzinho-SC foi colonizado por migrantes gaúchos principalmente de origem alemã, desde a década de 1930. É também, a partir desse período, que a região passou a receber a atuação de empresas madeireiras. Estas converteram espaços antes dominados pela floresta em terras destinadas à exploração agrícola e a produção de suínos, e posteriormente a atividades do setor comercial e industrial. Nesta perspectiva, o artigo objetiva analisar as transformações da paisagem no município de Pinhalzinho através da exploração madeireira entre os anos de 1940 a 1970 por meio de fotografias, abordando assim, a paisagem como um documento. Para tanto, num primeiro momento, por meio de um breve aporte teórico, abordamos o conceito de paisagem. Num segundo momento, discutimos a exploração madeireira e transformação da paisagem em Pinhalzinho, no recorte temporal proposto, como uma construção da ideologia do progresso. Para finalizar, apresentamos as considerações finais.

Palavras-chave: Paisagem. Pinhalzinho. História ambiental. Empresas madeireiras.


 

Belíssima e de clima mais saudável do Estado - A região Oeste catarinense, sua ocupação e as transformações ambientais

Samira Peruchi Moretto: samira.moretto@uffs.edu.br

Michely Ribeiro: michelycribeiro@gmail.com


Resumo: En el transcurso del proceso de colonización de la región Oeste de Santa Catarina situada en el sur de Brasil, iniciado en la primera mitad del siglo XX, la transformación en el paisaje fue acelerada por la acción antrópica. La deforestación fue intensificada por la instalación de madereras y aserraderos debido a la importancia económica de la venta de madera para el período. Además, las otras actividades económicas que surgieron en la región a partir de la segunda mitad del mismo siglo, como la agricultura y el monocultivo de árboles exóticos, contribuyeron a que la alteración ambiental fuera intensificada. El objetivo general de esta investigación consiste en investigar el proceso histórico de la transformación ambiental en el Oeste de Santa Catarina, en las décadas de 1960 y 1970, partiendo del análisis del modo de colonización de la región y de la actuación del Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) en el local. También buscamos identificar a lós diferentes grupos sociales que ocupaban la región y las actividades económicas desempeñadas por ellos para auxiliar en la comprensión del proceso de deforestación.

Palavras-chave: Transformção ambiental. Desmatamento. Historia Ambiental.


 

Entre Fênix e Ceres: A grande aceleração e a fronteira agrícola no Cerrado

Claiton Márcio da Silva: claiton@uffs.edu.br


Resumo: Este artigo tem por objetivo discutir a história do avanço da fronteira agrícola em direção aos campos cerrados e seu papel na intensificação da ação humana relativa aos processos de governança dos ciclos biogeoquímicos — a Grande Aceleração. Mais especificamente, este trabalho discute como a pesquisa em fertilidade dos solos, o incentivo à migração sulista e a intensificação da monocultura ocuparam papel central na ruptura com os processos tradicionais de ocupação de campos e savanas na região central do Brasil. Por fim, observa-se como tais elementos serviram como instrumento para a consolidação de programas de desenvolvimento não limitado aos cerrados, mas também como modelos para a expansão agrícola em áreas de savana nos continentes americano e africano.

Palavras-chave: Grande Aceleração, cerrados, fronteira agrícola.


 

Um vasto celeiro?: representações da natureza no processo de colonização do oeste catarinense (1916-1950)

José Carlos Radin: jose.radin@uffs.edu.br

Claiton Márcio da Silva: claiton@uffs.edu.br


Resumo: Após o final da Guerra do Contestado (1912-1916), definiram-se os limites territoriais entre os estados do Paraná e de Santa Catarina. No território que passou a pertencer ao domínio catarinense, empresas colonizadoras começaram a comercializar as terras, em lotes destinados à agricultura de âmbito familiar, em especial a descendentes de europeus que viviam nas colônias sul-rio-grandenses. Com isso, modificou-se radicalmente o ambiente, seja pelo extrativismo da madeira, seja pela expansão da agricultura. Tais práticas eram almejadas e estimuladas pelas autoridades estaduais, que entendiam ser esta a melhor forma para incorporar efetivamente as terras ao estado de Santa Catarina. O artigo evidencia como a natureza e o ambiente foram representados nesse contexto. Resulta de revisão bibliográfica, da análise de documentos produzidos pelo governo catarinense, de matérias de jornais, de propagandas de empresas colonizadoras e, em particular, da obra de Othon D’Eça, intitulada “Aos espanhóis confinantes”.

Palavras-chave: Oeste catarinense. Colonização. Ambiente


 

Páginas